sábado, 24 de maio de 2014

Nos Estados Unidos, o motorista interessa às seguradoras mais que os automóveis – e Britney Spears paga mais caro.

SITES DE SEGUROS: Nos Estados Unidos, o motorista interessa às seguradoras mais que os automóveis – e Britney Spears paga mais caro.

Nos Estados Unidos, o motorista interessa às seguradoras mais que os automóveis – e Britney Spears paga mais caro.

É possível explicar a diferença entre os mercados de seguros do Brasil e dos Estados Unidos comparando apenas dois números. O mercado brasileiro tem entre 35 milhões e 40 milhões de veículos em circulação. O número não é impreciso por acaso, pois não há estatísticas consolidadas. Não se sabe exatamente quantos veículos estão rodando e quantos deixaram de circular, por envelhecimento, acidente ou roubo. A estimativa – também informal – do setor de seguros é que apenas 10 a 12 milhões desses carros possuem alguma forma de proteção.

Já nos Estados Unidos a conta é mais simples. Pela internet é possível descobrir que havia 135,4 milhões de automóveis em circulação no fim de 2006, dos quais aproximadamente 135,4 milhões tinham pelo menos uma apólice de seguros de responsabilidade civil, com indenizações mínimas de 50 000 dólares. Tradução: não há carro sem cobertura de seguro naquele país.

“Sair da garagem sem ter pelo menos uma apólice de responsabilidade cível é extremamente arriscado devido à probabilidade de o motorista ferir alguém ou destruir a propriedade alheia”, diz o consultor financeiro americano Eric Tyson, autor do livro Personal Finance for Dummies, não publicado no Brasil. O motivo é o mais básico possível: medo. Nos Estados Unidos, o motorista que prejudicar outra pessoa terá de enfrentar uma Justiça cara, rápida, eficiente e implacável.

Os especialistas do setor frisam bem essa diferença. Se um trabalhador informal que usa um carro velho e sem seguro para trabalhar danificar o veículo de outra pessoa nas ruas de São Paulo, o acidentado não pode fazer muito além de reclamar. Não haverá resultado, mesmo que o prejudicado acione o culpado na Justiça. “Se não tiver como pagar, o responsável pelo acidente não paga”, diz Osvaldo Nascimento, executivo responsável pela área de seguros do Banco Itaú e que já trabalhou no mercado segurador americano. “Nos Estados Unidos, se não tiver condições de pagar, ele vai para a cadeia, pois a falta de dinheiro não justifica o não-pagamento de uma indenização”. Lá é tolerância zero mesmo.

Terra sem roubos 
Pode parecer antipático e autoritário, mas esse sistema possui várias vantagens. Como a vigilância é eficaz e a freqüência de sinistros é relativamente baixa, poucos motoristas têm de gastar dinheiro com seguro contra roubo. “O roubo de carros é tão pouco freqüente que não justifica essa despesa”, diz Nascimento. Os americanos preferem se defender dos advogados, não dos outros motoristas. Não por acaso, os seguros – de vida, contra acidentes e principalmente de responsabilidade civil – representam mais de 8% da economia americana. Um em cada 12 dólares gastos no país por americanos vai para alguma forma de seguro.

Tamanha escala faz com que o preço dos seguros para o consumidor final seja bem menor do que no Brasil. No mercado americano, carros como um Civic ou um Corolla são considerados simples. Relativamente baratos – custam ao redor de 28 000 reais, dependendo da versão –, esses modelos podem ser segurados por menos de 800 dólares por ano, se o motorista for uma pessoa com mais de 25 anos e não for famoso.

“Celebridades pagam mais caro”, explica o consultor financeiro Peter Sanders. “Uma artista como Britney Spears chega a pagar três vezes mais que o meu vizinho, que não é uma pessoa conhecida.” Isso tem pouco a ver com o heterodoxo comportamento da cantora ao volante – ela amassou três carros ao sair de uma garagem em Los Angeles no ano passado e recentemente bateu no carro da frente em um congestionamento – e mais com o fato de ela ser uma pessoa pública. “Quem é ferido em um acidente por uma celebridade pode pedir indenizações milionárias, além de o acidente arranhar a imagem pública da celebridade e fazê-la perder negócios”, diz Sanders.

As diferenças entre Brasil e EUA

Nos Estados Unidos, o motorista interessa às seguradoras mais que os automóveis – e Britney Spears paga mais caro.

É possível explicar a diferença entre os mercados de seguros do Brasil e dos Estados Unidos comparando apenas dois números. O mercado brasileiro tem entre 35 milhões e 40 milhões de veículos em circulação. O número não é impreciso por acaso, pois não há estatísticas consolidadas. Não se sabe exatamente quantos veículos estão rodando e quantos deixaram de circular, por envelhecimento, acidente ou roubo. A estimativa – também informal – do setor de seguros é que apenas 10 a 12 milhões desses carros possuem alguma forma de proteção.

Já nos Estados Unidos a conta é mais simples. Pela internet é possível descobrir que havia 135,4 milhões de automóveis em circulação no fim de 2006, dos quais aproximadamente 135,4 milhões tinham pelo menos uma apólice de seguros de responsabilidade civil, com indenizações mínimas de 50 000 dólares. Tradução: não há carro sem cobertura de seguro naquele país.

“Sair da garagem sem ter pelo menos uma apólice de responsabilidade cível é extremamente arriscado devido à probabilidade de o motorista ferir alguém ou destruir a propriedade alheia”, diz o consultor financeiro americano Eric Tyson, autor do livro Personal Finance for Dummies, não publicado no Brasil. O motivo é o mais básico possível: medo. Nos Estados Unidos, o motorista que prejudicar outra pessoa terá de enfrentar uma Justiça cara, rápida, eficiente e implacável.

Os especialistas do setor frisam bem essa diferença. Se um trabalhador informal que usa um carro velho e sem seguro para trabalhar danificar o veículo de outra pessoa nas ruas de São Paulo, o acidentado não pode fazer muito além de reclamar. Não haverá resultado, mesmo que o prejudicado acione o culpado na Justiça. “Se não tiver como pagar, o responsável pelo acidente não paga”, diz Osvaldo Nascimento, executivo responsável pela área de seguros do Banco Itaú e que já trabalhou no mercado segurador americano. “Nos Estados Unidos, se não tiver condições de pagar, ele vai para a cadeia, pois a falta de dinheiro não justifica o não-pagamento de uma indenização”. Lá é tolerância zero mesmo.

Terra sem roubos 
Pode parecer antipático e autoritário, mas esse sistema possui várias vantagens. Como a vigilância é eficaz e a freqüência de sinistros é relativamente baixa, poucos motoristas têm de gastar dinheiro com seguro contra roubo. “O roubo de carros é tão pouco freqüente que não justifica essa despesa”, diz Nascimento. Os americanos preferem se defender dos advogados, não dos outros motoristas. Não por acaso, os seguros – de vida, contra acidentes e principalmente de responsabilidade civil – representam mais de 8% da economia americana. Um em cada 12 dólares gastos no país por americanos vai para alguma forma de seguro.

Tamanha escala faz com que o preço dos seguros para o consumidor final seja bem menor do que no Brasil. No mercado americano, carros como um Civic ou um Corolla são considerados simples. Relativamente baratos – custam ao redor de 28 000 reais, dependendo da versão –, esses modelos podem ser segurados por menos de 800 dólares por ano, se o motorista for uma pessoa com mais de 25 anos e não for famoso.

“Celebridades pagam mais caro”, explica o consultor financeiro Peter Sanders. “Uma artista como Britney Spears chega a pagar três vezes mais que o meu vizinho, que não é uma pessoa conhecida.” Isso tem pouco a ver com o heterodoxo comportamento da cantora ao volante – ela amassou três carros ao sair de uma garagem em Los Angeles no ano passado e recentemente bateu no carro da frente em um congestionamento – e mais com o fato de ela ser uma pessoa pública. “Quem é ferido em um acidente por uma celebridade pode pedir indenizações milionárias, além de o acidente arranhar a imagem pública da celebridade e fazê-la perder negócios”, diz Sanders.

CONHEÇA SEUS RISCOS

Seguro automotivo é um acessório praticamente indispensável para o motorista das grandes cidades brasileiras, mas quem compra torce para não precisar dele. Mesmo o melhor seguro – que oferece a maior indenização, o prêmio mais barato e os melhores serviços – só será usado em momentos desagradáveis, como roubo ou acidente.
Pior que isso, o seguro pode ser um acessório muito caro: basta perguntar ao seu vizinho cujo xodó é aquele Fusca 1977 impecável se ele consegue comprar um seguro para ele. A resposta será um redondo não. O preço é impraticável. “No caso de carros antigos e fora de linha, o prêmio cobrado do segurado pode chegar à metade do valor do veículo”, afirma Osvaldo Nascimento, executivo responsável pelos seguros do grupo Itaú. “É muito difícil encontrar peças de reposição em caso de acidente e os custos são elevados, por isso a seguradora acaba tendo de repassar parte deles ao segurado”, diz.
Diante desse cenário, como fazer para pagar menos na hora de assinar o contrato? Os especialistas ouvidos por QUATRO RODAS listam seis recomendações para reduzir o custo dos seguros.
A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS
Ninguém sabe, com precisão, quantos veículos circulam pelo Brasil. As estimativas variam largamente, entre 35 milhões e 40 milhões. Para as seguradoras, essa frota ainda é um campo inexplorado. Elas avaliam que apenas um em cada cinco veículos tem seguro. “O crescimento recente da frota não foi acompanhado pelo aumento do mercado segurador”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Isso pressionou os preços para baixo. Nas contas do setor, as apólices estão de 15% a 20% mais baratas do que estavam na metade do ano passado. Por isso, a ordem é, antes de mais nada, pesquisar em várias seguradoras e ver quem oferece os melhores preços e benefícios.
ABUSE DO SEU CORRETOR
A regra é clara: toda venda de seguros tem de ser intermediada por um corretor. Mesmo quem faz um seguro na agência do banco onde tem conta também acaba deixando algum dinheiro na corretora de seguros do próprio banco. Já que o corretor é uma figura indispensável, o melhor é transformá-lo em um aliado na hora de decidir. “O corretor tem de ser visto como um consultor, que vai ajudar o segurado a encontrar o produto mais adequado”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da americana Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo. Por exemplo, um bom corretor pode analisar seu perfil de risco e notar que você dirige com muito cuidado e nunca provoca pequenos acidentes, que quebram lanternas e faróis. Nesse caso, é pouco provável que você precise acionar a seguradora para fazer esses reparos. Tente negociar com o corretor para transformar esse risco baixo em vantagem: aumente o valor da franquia (ou seja, da sua parcela de culpa em caso de acidente) e reduza o valor que você vai pagar pelo seguro.
CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO
Há alguns anos, comprar seguros em um banco era garantia de pagar caro e ter um produto ruim. As seguradoras ligadas aos bancos tinham nos correntistas uma clientela cativa, e por isso não precisavam se esforçar muito. Hoje isso mudou. Alguns bancos não possuem seguradoras próprias e redistribuem produtos de diversas companhias, o que eleva as probabilidades de o segurado fazer um negócio melhor. Mesmo assim, as comodidades oferecidas pelos bancos, como débito em conta, por exemplo, podem esconder preços altos e apólices ruins, que oferecem poucas oficinas.
FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO
Companhias de seguros são especialistas em calcular riscos e transformar essas probabilidades em preço. O mesmo vale para os serviços oferecidos. A tendência mais recente é ampliar o seguro automotivo além dos limites do veículo e oferecer mimos como conserto de eletrodomésticos, serviços de eletricista, encanador e chaveiro, desconto em estacionamentos e despachante gratuito. Tudo é muito bom, mas tem seu preço, e é preciso cuidado na hora de escolher. “Muitas seguradoras oferecem produtos glamourosos, como carro reserva e desconto em viagens, mas o segurado tem de calcular se ele vai ou não usá-las”, diz um consultor. “A escolha tem de ser basicamente em função do preço, os serviços adicionais devem servir no máximo como critério de desempate.”
INSTALE UM RASTREADOR
Uma das poucas maneiras de baixar seu risco é instalar um rastreador. Foi o que fez o marceneiro Douglas Antonio Cavazane. Entusiasta das peruas Parati, há cerca de um ano ele comprou uma delas, modelo 2000. “É um veículo confortável, que serve tanto como utilitário quanto como veículo de passeio”, diz ele. Para azar de Cavazane, os ladrões também gostam muito das Parati – ele mesmo teve uma delas roubada há cinco anos –, o que encarece os seguros. Ao pesquisar preços, Cavazane recebeu uma ajuda de sua corretora. Ofereceram a ele a possibilidade de instalar, gratuitamente, um rastreador no carro. “Isso reduziu o preço em 20%. Em vez de pagar 3 000 reais, paguei 2 400”, diz Cavazane. Como o rastreador torna mais difícil que os veículos roubados desapareçam na névoa dos desmanches ilegais, o risco da seguradora diminui e o preço baixa. Se a seguradora não oferecer o rastreador, veja se você pode instalá-lo por conta própria e ser compensado pela redução do valor do seguro.
CONHEÇA SEUS RISCOS
O que você diria ao motorista daquele Mercedes-Benz SLK novinho que estacionou ao seu lado no restaurante se soubesse que ele roda em São Paulo sem nenhum seguro? Isso mesmo, nenhum seguro. Provavelmente você recomendaria sua internação no hospital psiquiátrico mais próximo, até saber que ele é alto executivo em uma seguradora. A explicação para essa atitude aparentemente tresloucada é um apurado cálculo de risco. “Minha família tem diversos carros e nós usamos o Mercedes apenas para rodar aos domingos e perto de casa”, diz o executivo dono desse SLK. Ele explica que o veículo é pouco comum no Brasil, e por isso não há muita demanda por peças de reposição. Também se destaca no trânsito e é facilmente detectável pela polícia. Portanto, não é um carro muito visado pelos ladrões. Ou seja, nesse caso, é possível dirigir sem seguro. Pelas contas do executivo, segurar o Mercedes custaria 10 000 reais por ano. “Seria um dinheiro mal gasto. Eu prefiro segurar os automóveis que a família usa para trabalhar”, diz o executivo, que, por razões óbvias, prefere não aparecer. “Meu patrão me mata se souber que contei essa história.” Esse exemplo pode ser seguido por quem possui mais de um veículo. Aquele terceiro carro, usado apenas em dias de rodízio e com vários anos de uso, pode ficar sem seguro, ou apenas com um seguro contra danos a terceiros. “Algumas empresas que possuem grandes frotas simplesmente não fazem seguro”, diz Marcelo Prieto, da Marsh. “Na ponta do lápis, o prejuízo de ter alguns veículos acidentados ou furtados no ano é menor que proteger a frota toda.”

INSTALE UM RASTREADOR

Seguro automotivo é um acessório praticamente indispensável para o motorista das grandes cidades brasileiras, mas quem compra torce para não precisar dele. Mesmo o melhor seguro – que oferece a maior indenização, o prêmio mais barato e os melhores serviços – só será usado em momentos desagradáveis, como roubo ou acidente.
Pior que isso, o seguro pode ser um acessório muito caro: basta perguntar ao seu vizinho cujo xodó é aquele Fusca 1977 impecável se ele consegue comprar um seguro para ele. A resposta será um redondo não. O preço é impraticável. “No caso de carros antigos e fora de linha, o prêmio cobrado do segurado pode chegar à metade do valor do veículo”, afirma Osvaldo Nascimento, executivo responsável pelos seguros do grupo Itaú. “É muito difícil encontrar peças de reposição em caso de acidente e os custos são elevados, por isso a seguradora acaba tendo de repassar parte deles ao segurado”, diz.
Diante desse cenário, como fazer para pagar menos na hora de assinar o contrato? Os especialistas ouvidos por QUATRO RODAS listam seis recomendações para reduzir o custo dos seguros.
A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS
Ninguém sabe, com precisão, quantos veículos circulam pelo Brasil. As estimativas variam largamente, entre 35 milhões e 40 milhões. Para as seguradoras, essa frota ainda é um campo inexplorado. Elas avaliam que apenas um em cada cinco veículos tem seguro. “O crescimento recente da frota não foi acompanhado pelo aumento do mercado segurador”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Isso pressionou os preços para baixo. Nas contas do setor, as apólices estão de 15% a 20% mais baratas do que estavam na metade do ano passado. Por isso, a ordem é, antes de mais nada, pesquisar em várias seguradoras e ver quem oferece os melhores preços e benefícios.
ABUSE DO SEU CORRETOR
A regra é clara: toda venda de seguros tem de ser intermediada por um corretor. Mesmo quem faz um seguro na agência do banco onde tem conta também acaba deixando algum dinheiro na corretora de seguros do próprio banco. Já que o corretor é uma figura indispensável, o melhor é transformá-lo em um aliado na hora de decidir. “O corretor tem de ser visto como um consultor, que vai ajudar o segurado a encontrar o produto mais adequado”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da americana Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo. Por exemplo, um bom corretor pode analisar seu perfil de risco e notar que você dirige com muito cuidado e nunca provoca pequenos acidentes, que quebram lanternas e faróis. Nesse caso, é pouco provável que você precise acionar a seguradora para fazer esses reparos. Tente negociar com o corretor para transformar esse risco baixo em vantagem: aumente o valor da franquia (ou seja, da sua parcela de culpa em caso de acidente) e reduza o valor que você vai pagar pelo seguro.
CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO
Há alguns anos, comprar seguros em um banco era garantia de pagar caro e ter um produto ruim. As seguradoras ligadas aos bancos tinham nos correntistas uma clientela cativa, e por isso não precisavam se esforçar muito. Hoje isso mudou. Alguns bancos não possuem seguradoras próprias e redistribuem produtos de diversas companhias, o que eleva as probabilidades de o segurado fazer um negócio melhor. Mesmo assim, as comodidades oferecidas pelos bancos, como débito em conta, por exemplo, podem esconder preços altos e apólices ruins, que oferecem poucas oficinas.
FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO
Companhias de seguros são especialistas em calcular riscos e transformar essas probabilidades em preço. O mesmo vale para os serviços oferecidos. A tendência mais recente é ampliar o seguro automotivo além dos limites do veículo e oferecer mimos como conserto de eletrodomésticos, serviços de eletricista, encanador e chaveiro, desconto em estacionamentos e despachante gratuito. Tudo é muito bom, mas tem seu preço, e é preciso cuidado na hora de escolher. “Muitas seguradoras oferecem produtos glamourosos, como carro reserva e desconto em viagens, mas o segurado tem de calcular se ele vai ou não usá-las”, diz um consultor. “A escolha tem de ser basicamente em função do preço, os serviços adicionais devem servir no máximo como critério de desempate.”
INSTALE UM RASTREADOR
Uma das poucas maneiras de baixar seu risco é instalar um rastreador. Foi o que fez o marceneiro Douglas Antonio Cavazane. Entusiasta das peruas Parati, há cerca de um ano ele comprou uma delas, modelo 2000. “É um veículo confortável, que serve tanto como utilitário quanto como veículo de passeio”, diz ele. Para azar de Cavazane, os ladrões também gostam muito das Parati – ele mesmo teve uma delas roubada há cinco anos –, o que encarece os seguros. Ao pesquisar preços, Cavazane recebeu uma ajuda de sua corretora. Ofereceram a ele a possibilidade de instalar, gratuitamente, um rastreador no carro. “Isso reduziu o preço em 20%. Em vez de pagar 3 000 reais, paguei 2 400”, diz Cavazane. Como o rastreador torna mais difícil que os veículos roubados desapareçam na névoa dos desmanches ilegais, o risco da seguradora diminui e o preço baixa. Se a seguradora não oferecer o rastreador, veja se você pode instalá-lo por conta própria e ser compensado pela redução do valor do seguro.
CONHEÇA SEUS RISCOS
O que você diria ao motorista daquele Mercedes-Benz SLK novinho que estacionou ao seu lado no restaurante se soubesse que ele roda em São Paulo sem nenhum seguro? Isso mesmo, nenhum seguro. Provavelmente você recomendaria sua internação no hospital psiquiátrico mais próximo, até saber que ele é alto executivo em uma seguradora. A explicação para essa atitude aparentemente tresloucada é um apurado cálculo de risco. “Minha família tem diversos carros e nós usamos o Mercedes apenas para rodar aos domingos e perto de casa”, diz o executivo dono desse SLK. Ele explica que o veículo é pouco comum no Brasil, e por isso não há muita demanda por peças de reposição. Também se destaca no trânsito e é facilmente detectável pela polícia. Portanto, não é um carro muito visado pelos ladrões. Ou seja, nesse caso, é possível dirigir sem seguro. Pelas contas do executivo, segurar o Mercedes custaria 10 000 reais por ano. “Seria um dinheiro mal gasto. Eu prefiro segurar os automóveis que a família usa para trabalhar”, diz o executivo, que, por razões óbvias, prefere não aparecer. “Meu patrão me mata se souber que contei essa história.” Esse exemplo pode ser seguido por quem possui mais de um veículo. Aquele terceiro carro, usado apenas em dias de rodízio e com vários anos de uso, pode ficar sem seguro, ou apenas com um seguro contra danos a terceiros. “Algumas empresas que possuem grandes frotas simplesmente não fazem seguro”, diz Marcelo Prieto, da Marsh. “Na ponta do lápis, o prejuízo de ter alguns veículos acidentados ou furtados no ano é menor que proteger a frota toda.”

FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO

Seguro automotivo é um acessório praticamente indispensável para o motorista das grandes cidades brasileiras, mas quem compra torce para não precisar dele. Mesmo o melhor seguro – que oferece a maior indenização, o prêmio mais barato e os melhores serviços – só será usado em momentos desagradáveis, como roubo ou acidente.
Pior que isso, o seguro pode ser um acessório muito caro: basta perguntar ao seu vizinho cujo xodó é aquele Fusca 1977 impecável se ele consegue comprar um seguro para ele. A resposta será um redondo não. O preço é impraticável. “No caso de carros antigos e fora de linha, o prêmio cobrado do segurado pode chegar à metade do valor do veículo”, afirma Osvaldo Nascimento, executivo responsável pelos seguros do grupo Itaú. “É muito difícil encontrar peças de reposição em caso de acidente e os custos são elevados, por isso a seguradora acaba tendo de repassar parte deles ao segurado”, diz.
Diante desse cenário, como fazer para pagar menos na hora de assinar o contrato? Os especialistas ouvidos por QUATRO RODAS listam seis recomendações para reduzir o custo dos seguros.
A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS
Ninguém sabe, com precisão, quantos veículos circulam pelo Brasil. As estimativas variam largamente, entre 35 milhões e 40 milhões. Para as seguradoras, essa frota ainda é um campo inexplorado. Elas avaliam que apenas um em cada cinco veículos tem seguro. “O crescimento recente da frota não foi acompanhado pelo aumento do mercado segurador”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Isso pressionou os preços para baixo. Nas contas do setor, as apólices estão de 15% a 20% mais baratas do que estavam na metade do ano passado. Por isso, a ordem é, antes de mais nada, pesquisar em várias seguradoras e ver quem oferece os melhores preços e benefícios.
ABUSE DO SEU CORRETOR
A regra é clara: toda venda de seguros tem de ser intermediada por um corretor. Mesmo quem faz um seguro na agência do banco onde tem conta também acaba deixando algum dinheiro na corretora de seguros do próprio banco. Já que o corretor é uma figura indispensável, o melhor é transformá-lo em um aliado na hora de decidir. “O corretor tem de ser visto como um consultor, que vai ajudar o segurado a encontrar o produto mais adequado”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da americana Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo. Por exemplo, um bom corretor pode analisar seu perfil de risco e notar que você dirige com muito cuidado e nunca provoca pequenos acidentes, que quebram lanternas e faróis. Nesse caso, é pouco provável que você precise acionar a seguradora para fazer esses reparos. Tente negociar com o corretor para transformar esse risco baixo em vantagem: aumente o valor da franquia (ou seja, da sua parcela de culpa em caso de acidente) e reduza o valor que você vai pagar pelo seguro.
CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO
Há alguns anos, comprar seguros em um banco era garantia de pagar caro e ter um produto ruim. As seguradoras ligadas aos bancos tinham nos correntistas uma clientela cativa, e por isso não precisavam se esforçar muito. Hoje isso mudou. Alguns bancos não possuem seguradoras próprias e redistribuem produtos de diversas companhias, o que eleva as probabilidades de o segurado fazer um negócio melhor. Mesmo assim, as comodidades oferecidas pelos bancos, como débito em conta, por exemplo, podem esconder preços altos e apólices ruins, que oferecem poucas oficinas.
FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO
Companhias de seguros são especialistas em calcular riscos e transformar essas probabilidades em preço. O mesmo vale para os serviços oferecidos. A tendência mais recente é ampliar o seguro automotivo além dos limites do veículo e oferecer mimos como conserto de eletrodomésticos, serviços de eletricista, encanador e chaveiro, desconto em estacionamentos e despachante gratuito. Tudo é muito bom, mas tem seu preço, e é preciso cuidado na hora de escolher. “Muitas seguradoras oferecem produtos glamourosos, como carro reserva e desconto em viagens, mas o segurado tem de calcular se ele vai ou não usá-las”, diz um consultor. “A escolha tem de ser basicamente em função do preço, os serviços adicionais devem servir no máximo como critério de desempate.”
INSTALE UM RASTREADOR
Uma das poucas maneiras de baixar seu risco é instalar um rastreador. Foi o que fez o marceneiro Douglas Antonio Cavazane. Entusiasta das peruas Parati, há cerca de um ano ele comprou uma delas, modelo 2000. “É um veículo confortável, que serve tanto como utilitário quanto como veículo de passeio”, diz ele. Para azar de Cavazane, os ladrões também gostam muito das Parati – ele mesmo teve uma delas roubada há cinco anos –, o que encarece os seguros. Ao pesquisar preços, Cavazane recebeu uma ajuda de sua corretora. Ofereceram a ele a possibilidade de instalar, gratuitamente, um rastreador no carro. “Isso reduziu o preço em 20%. Em vez de pagar 3 000 reais, paguei 2 400”, diz Cavazane. Como o rastreador torna mais difícil que os veículos roubados desapareçam na névoa dos desmanches ilegais, o risco da seguradora diminui e o preço baixa. Se a seguradora não oferecer o rastreador, veja se você pode instalá-lo por conta própria e ser compensado pela redução do valor do seguro.
CONHEÇA SEUS RISCOS
O que você diria ao motorista daquele Mercedes-Benz SLK novinho que estacionou ao seu lado no restaurante se soubesse que ele roda em São Paulo sem nenhum seguro? Isso mesmo, nenhum seguro. Provavelmente você recomendaria sua internação no hospital psiquiátrico mais próximo, até saber que ele é alto executivo em uma seguradora. A explicação para essa atitude aparentemente tresloucada é um apurado cálculo de risco. “Minha família tem diversos carros e nós usamos o Mercedes apenas para rodar aos domingos e perto de casa”, diz o executivo dono desse SLK. Ele explica que o veículo é pouco comum no Brasil, e por isso não há muita demanda por peças de reposição. Também se destaca no trânsito e é facilmente detectável pela polícia. Portanto, não é um carro muito visado pelos ladrões. Ou seja, nesse caso, é possível dirigir sem seguro. Pelas contas do executivo, segurar o Mercedes custaria 10 000 reais por ano. “Seria um dinheiro mal gasto. Eu prefiro segurar os automóveis que a família usa para trabalhar”, diz o executivo, que, por razões óbvias, prefere não aparecer. “Meu patrão me mata se souber que contei essa história.” Esse exemplo pode ser seguido por quem possui mais de um veículo. Aquele terceiro carro, usado apenas em dias de rodízio e com vários anos de uso, pode ficar sem seguro, ou apenas com um seguro contra danos a terceiros. “Algumas empresas que possuem grandes frotas simplesmente não fazem seguro”, diz Marcelo Prieto, da Marsh. “Na ponta do lápis, o prejuízo de ter alguns veículos acidentados ou furtados no ano é menor que proteger a frota toda.”

CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO

Seguro automotivo é um acessório praticamente indispensável para o motorista das grandes cidades brasileiras, mas quem compra torce para não precisar dele. Mesmo o melhor seguro – que oferece a maior indenização, o prêmio mais barato e os melhores serviços – só será usado em momentos desagradáveis, como roubo ou acidente.
Pior que isso, o seguro pode ser um acessório muito caro: basta perguntar ao seu vizinho cujo xodó é aquele Fusca 1977 impecável se ele consegue comprar um seguro para ele. A resposta será um redondo não. O preço é impraticável. “No caso de carros antigos e fora de linha, o prêmio cobrado do segurado pode chegar à metade do valor do veículo”, afirma Osvaldo Nascimento, executivo responsável pelos seguros do grupo Itaú. “É muito difícil encontrar peças de reposição em caso de acidente e os custos são elevados, por isso a seguradora acaba tendo de repassar parte deles ao segurado”, diz.
Diante desse cenário, como fazer para pagar menos na hora de assinar o contrato? Os especialistas ouvidos por QUATRO RODAS listam seis recomendações para reduzir o custo dos seguros.
A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS
Ninguém sabe, com precisão, quantos veículos circulam pelo Brasil. As estimativas variam largamente, entre 35 milhões e 40 milhões. Para as seguradoras, essa frota ainda é um campo inexplorado. Elas avaliam que apenas um em cada cinco veículos tem seguro. “O crescimento recente da frota não foi acompanhado pelo aumento do mercado segurador”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Isso pressionou os preços para baixo. Nas contas do setor, as apólices estão de 15% a 20% mais baratas do que estavam na metade do ano passado. Por isso, a ordem é, antes de mais nada, pesquisar em várias seguradoras e ver quem oferece os melhores preços e benefícios.
ABUSE DO SEU CORRETOR
A regra é clara: toda venda de seguros tem de ser intermediada por um corretor. Mesmo quem faz um seguro na agência do banco onde tem conta também acaba deixando algum dinheiro na corretora de seguros do próprio banco. Já que o corretor é uma figura indispensável, o melhor é transformá-lo em um aliado na hora de decidir. “O corretor tem de ser visto como um consultor, que vai ajudar o segurado a encontrar o produto mais adequado”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da americana Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo. Por exemplo, um bom corretor pode analisar seu perfil de risco e notar que você dirige com muito cuidado e nunca provoca pequenos acidentes, que quebram lanternas e faróis. Nesse caso, é pouco provável que você precise acionar a seguradora para fazer esses reparos. Tente negociar com o corretor para transformar esse risco baixo em vantagem: aumente o valor da franquia (ou seja, da sua parcela de culpa em caso de acidente) e reduza o valor que você vai pagar pelo seguro.
CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO
Há alguns anos, comprar seguros em um banco era garantia de pagar caro e ter um produto ruim. As seguradoras ligadas aos bancos tinham nos correntistas uma clientela cativa, e por isso não precisavam se esforçar muito. Hoje isso mudou. Alguns bancos não possuem seguradoras próprias e redistribuem produtos de diversas companhias, o que eleva as probabilidades de o segurado fazer um negócio melhor. Mesmo assim, as comodidades oferecidas pelos bancos, como débito em conta, por exemplo, podem esconder preços altos e apólices ruins, que oferecem poucas oficinas.
FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO
Companhias de seguros são especialistas em calcular riscos e transformar essas probabilidades em preço. O mesmo vale para os serviços oferecidos. A tendência mais recente é ampliar o seguro automotivo além dos limites do veículo e oferecer mimos como conserto de eletrodomésticos, serviços de eletricista, encanador e chaveiro, desconto em estacionamentos e despachante gratuito. Tudo é muito bom, mas tem seu preço, e é preciso cuidado na hora de escolher. “Muitas seguradoras oferecem produtos glamourosos, como carro reserva e desconto em viagens, mas o segurado tem de calcular se ele vai ou não usá-las”, diz um consultor. “A escolha tem de ser basicamente em função do preço, os serviços adicionais devem servir no máximo como critério de desempate.”
INSTALE UM RASTREADOR
Uma das poucas maneiras de baixar seu risco é instalar um rastreador. Foi o que fez o marceneiro Douglas Antonio Cavazane. Entusiasta das peruas Parati, há cerca de um ano ele comprou uma delas, modelo 2000. “É um veículo confortável, que serve tanto como utilitário quanto como veículo de passeio”, diz ele. Para azar de Cavazane, os ladrões também gostam muito das Parati – ele mesmo teve uma delas roubada há cinco anos –, o que encarece os seguros. Ao pesquisar preços, Cavazane recebeu uma ajuda de sua corretora. Ofereceram a ele a possibilidade de instalar, gratuitamente, um rastreador no carro. “Isso reduziu o preço em 20%. Em vez de pagar 3 000 reais, paguei 2 400”, diz Cavazane. Como o rastreador torna mais difícil que os veículos roubados desapareçam na névoa dos desmanches ilegais, o risco da seguradora diminui e o preço baixa. Se a seguradora não oferecer o rastreador, veja se você pode instalá-lo por conta própria e ser compensado pela redução do valor do seguro.
CONHEÇA SEUS RISCOS
O que você diria ao motorista daquele Mercedes-Benz SLK novinho que estacionou ao seu lado no restaurante se soubesse que ele roda em São Paulo sem nenhum seguro? Isso mesmo, nenhum seguro. Provavelmente você recomendaria sua internação no hospital psiquiátrico mais próximo, até saber que ele é alto executivo em uma seguradora. A explicação para essa atitude aparentemente tresloucada é um apurado cálculo de risco. “Minha família tem diversos carros e nós usamos o Mercedes apenas para rodar aos domingos e perto de casa”, diz o executivo dono desse SLK. Ele explica que o veículo é pouco comum no Brasil, e por isso não há muita demanda por peças de reposição. Também se destaca no trânsito e é facilmente detectável pela polícia. Portanto, não é um carro muito visado pelos ladrões. Ou seja, nesse caso, é possível dirigir sem seguro. Pelas contas do executivo, segurar o Mercedes custaria 10 000 reais por ano. “Seria um dinheiro mal gasto. Eu prefiro segurar os automóveis que a família usa para trabalhar”, diz o executivo, que, por razões óbvias, prefere não aparecer. “Meu patrão me mata se souber que contei essa história.” Esse exemplo pode ser seguido por quem possui mais de um veículo. Aquele terceiro carro, usado apenas em dias de rodízio e com vários anos de uso, pode ficar sem seguro, ou apenas com um seguro contra danos a terceiros. “Algumas empresas que possuem grandes frotas simplesmente não fazem seguro”, diz Marcelo Prieto, da Marsh. “Na ponta do lápis, o prejuízo de ter alguns veículos acidentados ou furtados no ano é menor que proteger a frota toda.”

ABUSE DO SEU CORRETOR

Seguro automotivo é um acessório praticamente indispensável para o motorista das grandes cidades brasileiras, mas quem compra torce para não precisar dele. Mesmo o melhor seguro – que oferece a maior indenização, o prêmio mais barato e os melhores serviços – só será usado em momentos desagradáveis, como roubo ou acidente.
Pior que isso, o seguro pode ser um acessório muito caro: basta perguntar ao seu vizinho cujo xodó é aquele Fusca 1977 impecável se ele consegue comprar um seguro para ele. A resposta será um redondo não. O preço é impraticável. “No caso de carros antigos e fora de linha, o prêmio cobrado do segurado pode chegar à metade do valor do veículo”, afirma Osvaldo Nascimento, executivo responsável pelos seguros do grupo Itaú. “É muito difícil encontrar peças de reposição em caso de acidente e os custos são elevados, por isso a seguradora acaba tendo de repassar parte deles ao segurado”, diz.
Diante desse cenário, como fazer para pagar menos na hora de assinar o contrato? Os especialistas ouvidos por QUATRO RODAS listam seis recomendações para reduzir o custo dos seguros.
A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS
Ninguém sabe, com precisão, quantos veículos circulam pelo Brasil. As estimativas variam largamente, entre 35 milhões e 40 milhões. Para as seguradoras, essa frota ainda é um campo inexplorado. Elas avaliam que apenas um em cada cinco veículos tem seguro. “O crescimento recente da frota não foi acompanhado pelo aumento do mercado segurador”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Isso pressionou os preços para baixo. Nas contas do setor, as apólices estão de 15% a 20% mais baratas do que estavam na metade do ano passado. Por isso, a ordem é, antes de mais nada, pesquisar em várias seguradoras e ver quem oferece os melhores preços e benefícios.
ABUSE DO SEU CORRETOR
A regra é clara: toda venda de seguros tem de ser intermediada por um corretor. Mesmo quem faz um seguro na agência do banco onde tem conta também acaba deixando algum dinheiro na corretora de seguros do próprio banco. Já que o corretor é uma figura indispensável, o melhor é transformá-lo em um aliado na hora de decidir. “O corretor tem de ser visto como um consultor, que vai ajudar o segurado a encontrar o produto mais adequado”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da americana Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo. Por exemplo, um bom corretor pode analisar seu perfil de risco e notar que você dirige com muito cuidado e nunca provoca pequenos acidentes, que quebram lanternas e faróis. Nesse caso, é pouco provável que você precise acionar a seguradora para fazer esses reparos. Tente negociar com o corretor para transformar esse risco baixo em vantagem: aumente o valor da franquia (ou seja, da sua parcela de culpa em caso de acidente) e reduza o valor que você vai pagar pelo seguro.
CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO
Há alguns anos, comprar seguros em um banco era garantia de pagar caro e ter um produto ruim. As seguradoras ligadas aos bancos tinham nos correntistas uma clientela cativa, e por isso não precisavam se esforçar muito. Hoje isso mudou. Alguns bancos não possuem seguradoras próprias e redistribuem produtos de diversas companhias, o que eleva as probabilidades de o segurado fazer um negócio melhor. Mesmo assim, as comodidades oferecidas pelos bancos, como débito em conta, por exemplo, podem esconder preços altos e apólices ruins, que oferecem poucas oficinas.
FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO
Companhias de seguros são especialistas em calcular riscos e transformar essas probabilidades em preço. O mesmo vale para os serviços oferecidos. A tendência mais recente é ampliar o seguro automotivo além dos limites do veículo e oferecer mimos como conserto de eletrodomésticos, serviços de eletricista, encanador e chaveiro, desconto em estacionamentos e despachante gratuito. Tudo é muito bom, mas tem seu preço, e é preciso cuidado na hora de escolher. “Muitas seguradoras oferecem produtos glamourosos, como carro reserva e desconto em viagens, mas o segurado tem de calcular se ele vai ou não usá-las”, diz um consultor. “A escolha tem de ser basicamente em função do preço, os serviços adicionais devem servir no máximo como critério de desempate.”
INSTALE UM RASTREADOR
Uma das poucas maneiras de baixar seu risco é instalar um rastreador. Foi o que fez o marceneiro Douglas Antonio Cavazane. Entusiasta das peruas Parati, há cerca de um ano ele comprou uma delas, modelo 2000. “É um veículo confortável, que serve tanto como utilitário quanto como veículo de passeio”, diz ele. Para azar de Cavazane, os ladrões também gostam muito das Parati – ele mesmo teve uma delas roubada há cinco anos –, o que encarece os seguros. Ao pesquisar preços, Cavazane recebeu uma ajuda de sua corretora. Ofereceram a ele a possibilidade de instalar, gratuitamente, um rastreador no carro. “Isso reduziu o preço em 20%. Em vez de pagar 3 000 reais, paguei 2 400”, diz Cavazane. Como o rastreador torna mais difícil que os veículos roubados desapareçam na névoa dos desmanches ilegais, o risco da seguradora diminui e o preço baixa. Se a seguradora não oferecer o rastreador, veja se você pode instalá-lo por conta própria e ser compensado pela redução do valor do seguro.
CONHEÇA SEUS RISCOS
O que você diria ao motorista daquele Mercedes-Benz SLK novinho que estacionou ao seu lado no restaurante se soubesse que ele roda em São Paulo sem nenhum seguro? Isso mesmo, nenhum seguro. Provavelmente você recomendaria sua internação no hospital psiquiátrico mais próximo, até saber que ele é alto executivo em uma seguradora. A explicação para essa atitude aparentemente tresloucada é um apurado cálculo de risco. “Minha família tem diversos carros e nós usamos o Mercedes apenas para rodar aos domingos e perto de casa”, diz o executivo dono desse SLK. Ele explica que o veículo é pouco comum no Brasil, e por isso não há muita demanda por peças de reposição. Também se destaca no trânsito e é facilmente detectável pela polícia. Portanto, não é um carro muito visado pelos ladrões. Ou seja, nesse caso, é possível dirigir sem seguro. Pelas contas do executivo, segurar o Mercedes custaria 10 000 reais por ano. “Seria um dinheiro mal gasto. Eu prefiro segurar os automóveis que a família usa para trabalhar”, diz o executivo, que, por razões óbvias, prefere não aparecer. “Meu patrão me mata se souber que contei essa história.” Esse exemplo pode ser seguido por quem possui mais de um veículo. Aquele terceiro carro, usado apenas em dias de rodízio e com vários anos de uso, pode ficar sem seguro, ou apenas com um seguro contra danos a terceiros. “Algumas empresas que possuem grandes frotas simplesmente não fazem seguro”, diz Marcelo Prieto, da Marsh. “Na ponta do lápis, o prejuízo de ter alguns veículos acidentados ou furtados no ano é menor que proteger a frota toda.”

A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS

Seguro automotivo é um acessório praticamente indispensável para o motorista das grandes cidades brasileiras, mas quem compra torce para não precisar dele. Mesmo o melhor seguro – que oferece a maior indenização, o prêmio mais barato e os melhores serviços – só será usado em momentos desagradáveis, como roubo ou acidente.
Pior que isso, o seguro pode ser um acessório muito caro: basta perguntar ao seu vizinho cujo xodó é aquele Fusca 1977 impecável se ele consegue comprar um seguro para ele. A resposta será um redondo não. O preço é impraticável. “No caso de carros antigos e fora de linha, o prêmio cobrado do segurado pode chegar à metade do valor do veículo”, afirma Osvaldo Nascimento, executivo responsável pelos seguros do grupo Itaú. “É muito difícil encontrar peças de reposição em caso de acidente e os custos são elevados, por isso a seguradora acaba tendo de repassar parte deles ao segurado”, diz.
Diante desse cenário, como fazer para pagar menos na hora de assinar o contrato? Os especialistas ouvidos por QUATRO RODAS listam seis recomendações para reduzir o custo dos seguros.
A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS
Ninguém sabe, com precisão, quantos veículos circulam pelo Brasil. As estimativas variam largamente, entre 35 milhões e 40 milhões. Para as seguradoras, essa frota ainda é um campo inexplorado. Elas avaliam que apenas um em cada cinco veículos tem seguro. “O crescimento recente da frota não foi acompanhado pelo aumento do mercado segurador”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Isso pressionou os preços para baixo. Nas contas do setor, as apólices estão de 15% a 20% mais baratas do que estavam na metade do ano passado. Por isso, a ordem é, antes de mais nada, pesquisar em várias seguradoras e ver quem oferece os melhores preços e benefícios.
ABUSE DO SEU CORRETOR
A regra é clara: toda venda de seguros tem de ser intermediada por um corretor. Mesmo quem faz um seguro na agência do banco onde tem conta também acaba deixando algum dinheiro na corretora de seguros do próprio banco. Já que o corretor é uma figura indispensável, o melhor é transformá-lo em um aliado na hora de decidir. “O corretor tem de ser visto como um consultor, que vai ajudar o segurado a encontrar o produto mais adequado”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da americana Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo. Por exemplo, um bom corretor pode analisar seu perfil de risco e notar que você dirige com muito cuidado e nunca provoca pequenos acidentes, que quebram lanternas e faróis. Nesse caso, é pouco provável que você precise acionar a seguradora para fazer esses reparos. Tente negociar com o corretor para transformar esse risco baixo em vantagem: aumente o valor da franquia (ou seja, da sua parcela de culpa em caso de acidente) e reduza o valor que você vai pagar pelo seguro.
CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO
Há alguns anos, comprar seguros em um banco era garantia de pagar caro e ter um produto ruim. As seguradoras ligadas aos bancos tinham nos correntistas uma clientela cativa, e por isso não precisavam se esforçar muito. Hoje isso mudou. Alguns bancos não possuem seguradoras próprias e redistribuem produtos de diversas companhias, o que eleva as probabilidades de o segurado fazer um negócio melhor. Mesmo assim, as comodidades oferecidas pelos bancos, como débito em conta, por exemplo, podem esconder preços altos e apólices ruins, que oferecem poucas oficinas.
FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO
Companhias de seguros são especialistas em calcular riscos e transformar essas probabilidades em preço. O mesmo vale para os serviços oferecidos. A tendência mais recente é ampliar o seguro automotivo além dos limites do veículo e oferecer mimos como conserto de eletrodomésticos, serviços de eletricista, encanador e chaveiro, desconto em estacionamentos e despachante gratuito. Tudo é muito bom, mas tem seu preço, e é preciso cuidado na hora de escolher. “Muitas seguradoras oferecem produtos glamourosos, como carro reserva e desconto em viagens, mas o segurado tem de calcular se ele vai ou não usá-las”, diz um consultor. “A escolha tem de ser basicamente em função do preço, os serviços adicionais devem servir no máximo como critério de desempate.”
INSTALE UM RASTREADOR
Uma das poucas maneiras de baixar seu risco é instalar um rastreador. Foi o que fez o marceneiro Douglas Antonio Cavazane. Entusiasta das peruas Parati, há cerca de um ano ele comprou uma delas, modelo 2000. “É um veículo confortável, que serve tanto como utilitário quanto como veículo de passeio”, diz ele. Para azar de Cavazane, os ladrões também gostam muito das Parati – ele mesmo teve uma delas roubada há cinco anos –, o que encarece os seguros. Ao pesquisar preços, Cavazane recebeu uma ajuda de sua corretora. Ofereceram a ele a possibilidade de instalar, gratuitamente, um rastreador no carro. “Isso reduziu o preço em 20%. Em vez de pagar 3 000 reais, paguei 2 400”, diz Cavazane. Como o rastreador torna mais difícil que os veículos roubados desapareçam na névoa dos desmanches ilegais, o risco da seguradora diminui e o preço baixa. Se a seguradora não oferecer o rastreador, veja se você pode instalá-lo por conta própria e ser compensado pela redução do valor do seguro.
CONHEÇA SEUS RISCOS
O que você diria ao motorista daquele Mercedes-Benz SLK novinho que estacionou ao seu lado no restaurante se soubesse que ele roda em São Paulo sem nenhum seguro? Isso mesmo, nenhum seguro. Provavelmente você recomendaria sua internação no hospital psiquiátrico mais próximo, até saber que ele é alto executivo em uma seguradora. A explicação para essa atitude aparentemente tresloucada é um apurado cálculo de risco. “Minha família tem diversos carros e nós usamos o Mercedes apenas para rodar aos domingos e perto de casa”, diz o executivo dono desse SLK. Ele explica que o veículo é pouco comum no Brasil, e por isso não há muita demanda por peças de reposição. Também se destaca no trânsito e é facilmente detectável pela polícia. Portanto, não é um carro muito visado pelos ladrões. Ou seja, nesse caso, é possível dirigir sem seguro. Pelas contas do executivo, segurar o Mercedes custaria 10 000 reais por ano. “Seria um dinheiro mal gasto. Eu prefiro segurar os automóveis que a família usa para trabalhar”, diz o executivo, que, por razões óbvias, prefere não aparecer. “Meu patrão me mata se souber que contei essa história.” Esse exemplo pode ser seguido por quem possui mais de um veículo. Aquele terceiro carro, usado apenas em dias de rodízio e com vários anos de uso, pode ficar sem seguro, ou apenas com um seguro contra danos a terceiros. “Algumas empresas que possuem grandes frotas simplesmente não fazem seguro”, diz Marcelo Prieto, da Marsh. “Na ponta do lápis, o prejuízo de ter alguns veículos acidentados ou furtados no ano é menor que proteger a frota toda.”

Seis sugestões dos especialistas para baixar o preço do prêmio do seguro

Seguro automotivo é um acessório praticamente indispensável para o motorista das grandes cidades brasileiras, mas quem compra torce para não precisar dele. Mesmo o melhor seguro – que oferece a maior indenização, o prêmio mais barato e os melhores serviços – só será usado em momentos desagradáveis, como roubo ou acidente.
Pior que isso, o seguro pode ser um acessório muito caro: basta perguntar ao seu vizinho cujo xodó é aquele Fusca 1977 impecável se ele consegue comprar um seguro para ele. A resposta será um redondo não. O preço é impraticável. “No caso de carros antigos e fora de linha, o prêmio cobrado do segurado pode chegar à metade do valor do veículo”, afirma Osvaldo Nascimento, executivo responsável pelos seguros do grupo Itaú. “É muito difícil encontrar peças de reposição em caso de acidente e os custos são elevados, por isso a seguradora acaba tendo de repassar parte deles ao segurado”, diz.
Diante desse cenário, como fazer para pagar menos na hora de assinar o contrato? Os especialistas ouvidos por QUATRO RODAS listam seis recomendações para reduzir o custo dos seguros.
A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS
Ninguém sabe, com precisão, quantos veículos circulam pelo Brasil. As estimativas variam largamente, entre 35 milhões e 40 milhões. Para as seguradoras, essa frota ainda é um campo inexplorado. Elas avaliam que apenas um em cada cinco veículos tem seguro. “O crescimento recente da frota não foi acompanhado pelo aumento do mercado segurador”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Isso pressionou os preços para baixo. Nas contas do setor, as apólices estão de 15% a 20% mais baratas do que estavam na metade do ano passado. Por isso, a ordem é, antes de mais nada, pesquisar em várias seguradoras e ver quem oferece os melhores preços e benefícios.
ABUSE DO SEU CORRETOR
A regra é clara: toda venda de seguros tem de ser intermediada por um corretor. Mesmo quem faz um seguro na agência do banco onde tem conta também acaba deixando algum dinheiro na corretora de seguros do próprio banco. Já que o corretor é uma figura indispensável, o melhor é transformá-lo em um aliado na hora de decidir. “O corretor tem de ser visto como um consultor, que vai ajudar o segurado a encontrar o produto mais adequado”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da americana Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo. Por exemplo, um bom corretor pode analisar seu perfil de risco e notar que você dirige com muito cuidado e nunca provoca pequenos acidentes, que quebram lanternas e faróis. Nesse caso, é pouco provável que você precise acionar a seguradora para fazer esses reparos. Tente negociar com o corretor para transformar esse risco baixo em vantagem: aumente o valor da franquia (ou seja, da sua parcela de culpa em caso de acidente) e reduza o valor que você vai pagar pelo seguro.
CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO
Há alguns anos, comprar seguros em um banco era garantia de pagar caro e ter um produto ruim. As seguradoras ligadas aos bancos tinham nos correntistas uma clientela cativa, e por isso não precisavam se esforçar muito. Hoje isso mudou. Alguns bancos não possuem seguradoras próprias e redistribuem produtos de diversas companhias, o que eleva as probabilidades de o segurado fazer um negócio melhor. Mesmo assim, as comodidades oferecidas pelos bancos, como débito em conta, por exemplo, podem esconder preços altos e apólices ruins, que oferecem poucas oficinas.
FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO
Companhias de seguros são especialistas em calcular riscos e transformar essas probabilidades em preço. O mesmo vale para os serviços oferecidos. A tendência mais recente é ampliar o seguro automotivo além dos limites do veículo e oferecer mimos como conserto de eletrodomésticos, serviços de eletricista, encanador e chaveiro, desconto em estacionamentos e despachante gratuito. Tudo é muito bom, mas tem seu preço, e é preciso cuidado na hora de escolher. “Muitas seguradoras oferecem produtos glamourosos, como carro reserva e desconto em viagens, mas o segurado tem de calcular se ele vai ou não usá-las”, diz um consultor. “A escolha tem de ser basicamente em função do preço, os serviços adicionais devem servir no máximo como critério de desempate.”
INSTALE UM RASTREADOR
Uma das poucas maneiras de baixar seu risco é instalar um rastreador. Foi o que fez o marceneiro Douglas Antonio Cavazane. Entusiasta das peruas Parati, há cerca de um ano ele comprou uma delas, modelo 2000. “É um veículo confortável, que serve tanto como utilitário quanto como veículo de passeio”, diz ele. Para azar de Cavazane, os ladrões também gostam muito das Parati – ele mesmo teve uma delas roubada há cinco anos –, o que encarece os seguros. Ao pesquisar preços, Cavazane recebeu uma ajuda de sua corretora. Ofereceram a ele a possibilidade de instalar, gratuitamente, um rastreador no carro. “Isso reduziu o preço em 20%. Em vez de pagar 3 000 reais, paguei 2 400”, diz Cavazane. Como o rastreador torna mais difícil que os veículos roubados desapareçam na névoa dos desmanches ilegais, o risco da seguradora diminui e o preço baixa. Se a seguradora não oferecer o rastreador, veja se você pode instalá-lo por conta própria e ser compensado pela redução do valor do seguro.
CONHEÇA SEUS RISCOS
O que você diria ao motorista daquele Mercedes-Benz SLK novinho que estacionou ao seu lado no restaurante se soubesse que ele roda em São Paulo sem nenhum seguro? Isso mesmo, nenhum seguro. Provavelmente você recomendaria sua internação no hospital psiquiátrico mais próximo, até saber que ele é alto executivo em uma seguradora. A explicação para essa atitude aparentemente tresloucada é um apurado cálculo de risco. “Minha família tem diversos carros e nós usamos o Mercedes apenas para rodar aos domingos e perto de casa”, diz o executivo dono desse SLK. Ele explica que o veículo é pouco comum no Brasil, e por isso não há muita demanda por peças de reposição. Também se destaca no trânsito e é facilmente detectável pela polícia. Portanto, não é um carro muito visado pelos ladrões. Ou seja, nesse caso, é possível dirigir sem seguro. Pelas contas do executivo, segurar o Mercedes custaria 10 000 reais por ano. “Seria um dinheiro mal gasto. Eu prefiro segurar os automóveis que a família usa para trabalhar”, diz o executivo, que, por razões óbvias, prefere não aparecer. “Meu patrão me mata se souber que contei essa história.” Esse exemplo pode ser seguido por quem possui mais de um veículo. Aquele terceiro carro, usado apenas em dias de rodízio e com vários anos de uso, pode ficar sem seguro, ou apenas com um seguro contra danos a terceiros. “Algumas empresas que possuem grandes frotas simplesmente não fazem seguro”, diz Marcelo Prieto, da Marsh. “Na ponta do lápis, o prejuízo de ter alguns veículos acidentados ou furtados no ano é menor que proteger a frota toda.”

Dicas para economizar no seguro

Seis sugestões dos especialistas para baixar o preço do prêmio do seguro.

Seguro automotivo é um acessório praticamente indispensável para o motorista das grandes cidades brasileiras, mas quem compra torce para não precisar dele. Mesmo o melhor seguro – que oferece a maior indenização, o prêmio mais barato e os melhores serviços – só será usado em momentos desagradáveis, como roubo ou acidente.
Pior que isso, o seguro pode ser um acessório muito caro: basta perguntar ao seu vizinho cujo xodó é aquele Fusca 1977 impecável se ele consegue comprar um seguro para ele. A resposta será um redondo não. O preço é impraticável. “No caso de carros antigos e fora de linha, o prêmio cobrado do segurado pode chegar à metade do valor do veículo”, afirma Osvaldo Nascimento, executivo responsável pelos seguros do grupo Itaú. “É muito difícil encontrar peças de reposição em caso de acidente e os custos são elevados, por isso a seguradora acaba tendo de repassar parte deles ao segurado”, diz.
Diante desse cenário, como fazer para pagar menos na hora de assinar o contrato? Os especialistas ouvidos por QUATRO RODAS listam seis recomendações para reduzir o custo dos seguros.
A CONCORRÊNCIA ESTÁ BRAVA? ENTÃO PESQUISE MAIS
Ninguém sabe, com precisão, quantos veículos circulam pelo Brasil. As estimativas variam largamente, entre 35 milhões e 40 milhões. Para as seguradoras, essa frota ainda é um campo inexplorado. Elas avaliam que apenas um em cada cinco veículos tem seguro. “O crescimento recente da frota não foi acompanhado pelo aumento do mercado segurador”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Isso pressionou os preços para baixo. Nas contas do setor, as apólices estão de 15% a 20% mais baratas do que estavam na metade do ano passado. Por isso, a ordem é, antes de mais nada, pesquisar em várias seguradoras e ver quem oferece os melhores preços e benefícios.
ABUSE DO SEU CORRETOR
A regra é clara: toda venda de seguros tem de ser intermediada por um corretor. Mesmo quem faz um seguro na agência do banco onde tem conta também acaba deixando algum dinheiro na corretora de seguros do próprio banco. Já que o corretor é uma figura indispensável, o melhor é transformá-lo em um aliado na hora de decidir. “O corretor tem de ser visto como um consultor, que vai ajudar o segurado a encontrar o produto mais adequado”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da americana Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo. Por exemplo, um bom corretor pode analisar seu perfil de risco e notar que você dirige com muito cuidado e nunca provoca pequenos acidentes, que quebram lanternas e faróis. Nesse caso, é pouco provável que você precise acionar a seguradora para fazer esses reparos. Tente negociar com o corretor para transformar esse risco baixo em vantagem: aumente o valor da franquia (ou seja, da sua parcela de culpa em caso de acidente) e reduza o valor que você vai pagar pelo seguro.
CUIDADO COM SEGUROS DE BANCO
Há alguns anos, comprar seguros em um banco era garantia de pagar caro e ter um produto ruim. As seguradoras ligadas aos bancos tinham nos correntistas uma clientela cativa, e por isso não precisavam se esforçar muito. Hoje isso mudou. Alguns bancos não possuem seguradoras próprias e redistribuem produtos de diversas companhias, o que eleva as probabilidades de o segurado fazer um negócio melhor. Mesmo assim, as comodidades oferecidas pelos bancos, como débito em conta, por exemplo, podem esconder preços altos e apólices ruins, que oferecem poucas oficinas.
FACILIDADE É ÓTIMO, MAS PODE CUSTAR CARO
Companhias de seguros são especialistas em calcular riscos e transformar essas probabilidades em preço. O mesmo vale para os serviços oferecidos. A tendência mais recente é ampliar o seguro automotivo além dos limites do veículo e oferecer mimos como conserto de eletrodomésticos, serviços de eletricista, encanador e chaveiro, desconto em estacionamentos e despachante gratuito. Tudo é muito bom, mas tem seu preço, e é preciso cuidado na hora de escolher. “Muitas seguradoras oferecem produtos glamourosos, como carro reserva e desconto em viagens, mas o segurado tem de calcular se ele vai ou não usá-las”, diz um consultor. “A escolha tem de ser basicamente em função do preço, os serviços adicionais devem servir no máximo como critério de desempate.”
INSTALE UM RASTREADOR
Uma das poucas maneiras de baixar seu risco é instalar um rastreador. Foi o que fez o marceneiro Douglas Antonio Cavazane. Entusiasta das peruas Parati, há cerca de um ano ele comprou uma delas, modelo 2000. “É um veículo confortável, que serve tanto como utilitário quanto como veículo de passeio”, diz ele. Para azar de Cavazane, os ladrões também gostam muito das Parati – ele mesmo teve uma delas roubada há cinco anos –, o que encarece os seguros. Ao pesquisar preços, Cavazane recebeu uma ajuda de sua corretora. Ofereceram a ele a possibilidade de instalar, gratuitamente, um rastreador no carro. “Isso reduziu o preço em 20%. Em vez de pagar 3 000 reais, paguei 2 400”, diz Cavazane. Como o rastreador torna mais difícil que os veículos roubados desapareçam na névoa dos desmanches ilegais, o risco da seguradora diminui e o preço baixa. Se a seguradora não oferecer o rastreador, veja se você pode instalá-lo por conta própria e ser compensado pela redução do valor do seguro.
CONHEÇA SEUS RISCOS
O que você diria ao motorista daquele Mercedes-Benz SLK novinho que estacionou ao seu lado no restaurante se soubesse que ele roda em São Paulo sem nenhum seguro? Isso mesmo, nenhum seguro. Provavelmente você recomendaria sua internação no hospital psiquiátrico mais próximo, até saber que ele é alto executivo em uma seguradora. A explicação para essa atitude aparentemente tresloucada é um apurado cálculo de risco. “Minha família tem diversos carros e nós usamos o Mercedes apenas para rodar aos domingos e perto de casa”, diz o executivo dono desse SLK. Ele explica que o veículo é pouco comum no Brasil, e por isso não há muita demanda por peças de reposição. Também se destaca no trânsito e é facilmente detectável pela polícia. Portanto, não é um carro muito visado pelos ladrões. Ou seja, nesse caso, é possível dirigir sem seguro. Pelas contas do executivo, segurar o Mercedes custaria 10 000 reais por ano. “Seria um dinheiro mal gasto. Eu prefiro segurar os automóveis que a família usa para trabalhar”, diz o executivo, que, por razões óbvias, prefere não aparecer. “Meu patrão me mata se souber que contei essa história.” Esse exemplo pode ser seguido por quem possui mais de um veículo. Aquele terceiro carro, usado apenas em dias de rodízio e com vários anos de uso, pode ficar sem seguro, ou apenas com um seguro contra danos a terceiros. “Algumas empresas que possuem grandes frotas simplesmente não fazem seguro”, diz Marcelo Prieto, da Marsh. “Na ponta do lápis, o prejuízo de ter alguns veículos acidentados ou furtados no ano é menor que proteger a frota toda.”

DÚVIDAS CRUÉIS

O CARRO É USADO NO INTERIOR, MAS FOI ROUBADO NA CAPITAL
Quem mora no interior do estado de São Paulo tem sorte. Como lá o índice de roubos é menor, o seguro é mais barato. Essa diferença pode levar o segurado a cair na tentação de informar que o endereço de pernoite do carro é o do sítio do fim de semana, não a residência na cidade. Isso é fraude e a seguradora pode não pagar a indenização. “Diferenças de informação desse tipo são a maior causa de discussão entre seguradoras e segurados”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da corretora americana Marsh. “Elas provocam questionamentos e processos internos na seguradora, o que atrasa o processo.” Porém, se o segurado estava somente em viagem à capital, nesse caso o sinistro é pago sem problemas.
O SEGURADO MUDOU DE ENDEREÇO, MAS NÃO AVISOU A SEGURADORA
Isso pode ocorrer quando o motorista renova automaticamente sua apólice e só informa a seguradora depois que o sinistro ocorreu. Na maioria das vezes, não existe má-fé, mas mesmo assim a seguradora pode se recusar a pagar a indenização. “É preciso informar sempre se o endereço em que o carro pernoita mudou, para evitar problemas na hora de pagar a indenização,” diz Osvaldo Nascimento, executivo responsável pela área de seguros do Itaú.
EMBRIAGADO, O SEGURADO BATE O CARRO
Aqui existe uma sutileza legal: para que a seguradora possa alegar embriaguez e não pagar a indenização, é preciso que haja uma prova de que o motorista estava bêbado – em geral, um teste de bafômetro realizado pelo policial. Se o motorista se negar a fazer o teste, o policial pode fazer constar a recusa no boletim de ocorrência e informar que havia aparência de embriaguez, por exemplo. Caso contrário, o não-pagamento da seguradora pode ser contestado judicialmente. Apesar disso, não abuse. Se exagerou no copo, peça ajuda à própria seguradora. Muitas oferecem o chamado “motorista amigo”, que leva para casa o segurado sem condições de dirigir.
O CARRO PASSOU A NOITE FORA DA GARAGEM E FOI ROUBADO
A maioria das seguradoras indeniza o segurado se for possível provar que o carro dormia todos os dias na garagem e passou só uma noite fora. Porém, se ela provar que o carro dormia na rua habitualmente, pode se recusar a pagar. Algumas apólices têm uma cláusula adicional, que diz que a seguradora não é responsável se o carro estiver fora de uma garagem entre a meia-noite e 6 horas da manhã, por exemplo. O motorista deve ler com cuidado as famosas letrinhas miúdas.
O CARRO ESTÁ COM IMPOSTOS OU PARCELAS DO SEGURO ATRASADOS
Se o veículo for roubado antes de o seguro ser quitado, o que falta pagar será descontado da indenização. O mesmo vale para os impostos atrasados e multas nãopagas. Se o segurado não pagou o IPVA ou ainda tem multas pendentes, esse valor também será descontado. No caso de problemas de documentação, a seguradora pode exigir a regularização antes de pagar.
O SEGURADO VIAJOU PARA A ARGENTINA E BATEU OU FOI ROUBADO
A grande maioria das apólices só vale no território nacional. Quem viaja para o exterior precisa se garantir, pois os sinistros que ocorrem depois da fronteira só estão cobertos se isso constar na apólice. Caso contrário, o segurado não tem direito à indenização. Além disso, poucos sabem que levar o carro para fora do Brasil tem mais uma exigência: o motorista precisa contratar um seguro obrigatório quando viaja para os países do Mercosul.
UM MANOBRISTA BATEU O CARRO 
Por lei, as empresas que atuam com manobristas em São Paulo precisam ter um seguro, que deve ser acionado em caso de roubo ou acidente (e elas são obrigadas a pagar a franquia). O problema é que há várias empresas que atuam na informalidade e não têm seguro. Nesses casos, o segurado tem de fazer um boletim de ocorrência e acionar sua seguradora, que vai então cobrar da empresa responsável pelo manobrista. Mas a seguradora vai ressarci-lo. O mesmo também vale para o motorista que deixou o carro na mão de um flanelinha, que costuma manobrar o carro na rua.
UM AMIGO OU A NAMORADA LEVOU O CARRO EMPRESTADO E HOUVE UM ACIDENTE
Emprestar o carro para alguém pode virar dor de cabeça. Se o amigo for maior de 18 anos, tiver habilitação válida, não estiver embriagado e usar o carro eventualmente, a seguradora pagará. Se algum desses quatro pré-requisitos não for cumprido, ela pode se recusar. Idade, habilitação e embriaguez são fatos concretos, mas a noção de eventual é um pouco mais nebulosa. Se a namorada usa seu carro uma vez por semana – no dia do rodízio de veículos, por exemplo –, isso configura uso habitual. Para ter direito à indenização, é preciso incluí-la como motorista e pagar mais por isso.
O SEGURADO RESOLVEU ASSUMIR A CULPA NO LUGAR DE OUTRO MOTORISTA QUE NÃO TEM SEGURO
Um motorista sem seguro arrebenta o carro de outro que tem. O segurado assume a culpa pelos dois acidentes, mas o outro paga a franquia. Parece um acordo bom para os dois lados, só que isso é fraude. Para evitá-la, as seguradoras podem se servir de um vasto arsenal tecnológico. “Elas podem reconstituir os acidentes e verificar se há divergências com o que o segurado informou”, diz José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do Cesvi, um centro de pesquisas de reparos de automóveis. As seguradoras estimam que pelo menos 20% das indenizações pagas têm uma ou outra irregularidade. Para reduzir esse percentual, a tendência das seguradores é serem cada vez mais rigorosas com esses casos.

O SEGURADO RESOLVEU ASSUMIR A CULPA NO LUGAR DE OUTRO MOTORISTA QUE NÃO TEM SEGURO

O CARRO É USADO NO INTERIOR, MAS FOI ROUBADO NA CAPITAL
Quem mora no interior do estado de São Paulo tem sorte. Como lá o índice de roubos é menor, o seguro é mais barato. Essa diferença pode levar o segurado a cair na tentação de informar que o endereço de pernoite do carro é o do sítio do fim de semana, não a residência na cidade. Isso é fraude e a seguradora pode não pagar a indenização. “Diferenças de informação desse tipo são a maior causa de discussão entre seguradoras e segurados”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da corretora americana Marsh. “Elas provocam questionamentos e processos internos na seguradora, o que atrasa o processo.” Porém, se o segurado estava somente em viagem à capital, nesse caso o sinistro é pago sem problemas.
O SEGURADO MUDOU DE ENDEREÇO, MAS NÃO AVISOU A SEGURADORA
Isso pode ocorrer quando o motorista renova automaticamente sua apólice e só informa a seguradora depois que o sinistro ocorreu. Na maioria das vezes, não existe má-fé, mas mesmo assim a seguradora pode se recusar a pagar a indenização. “É preciso informar sempre se o endereço em que o carro pernoita mudou, para evitar problemas na hora de pagar a indenização,” diz Osvaldo Nascimento, executivo responsável pela área de seguros do Itaú.
EMBRIAGADO, O SEGURADO BATE O CARRO
Aqui existe uma sutileza legal: para que a seguradora possa alegar embriaguez e não pagar a indenização, é preciso que haja uma prova de que o motorista estava bêbado – em geral, um teste de bafômetro realizado pelo policial. Se o motorista se negar a fazer o teste, o policial pode fazer constar a recusa no boletim de ocorrência e informar que havia aparência de embriaguez, por exemplo. Caso contrário, o não-pagamento da seguradora pode ser contestado judicialmente. Apesar disso, não abuse. Se exagerou no copo, peça ajuda à própria seguradora. Muitas oferecem o chamado “motorista amigo”, que leva para casa o segurado sem condições de dirigir.
O CARRO PASSOU A NOITE FORA DA GARAGEM E FOI ROUBADO
A maioria das seguradoras indeniza o segurado se for possível provar que o carro dormia todos os dias na garagem e passou só uma noite fora. Porém, se ela provar que o carro dormia na rua habitualmente, pode se recusar a pagar. Algumas apólices têm uma cláusula adicional, que diz que a seguradora não é responsável se o carro estiver fora de uma garagem entre a meia-noite e 6 horas da manhã, por exemplo. O motorista deve ler com cuidado as famosas letrinhas miúdas.
O CARRO ESTÁ COM IMPOSTOS OU PARCELAS DO SEGURO ATRASADOS
Se o veículo for roubado antes de o seguro ser quitado, o que falta pagar será descontado da indenização. O mesmo vale para os impostos atrasados e multas nãopagas. Se o segurado não pagou o IPVA ou ainda tem multas pendentes, esse valor também será descontado. No caso de problemas de documentação, a seguradora pode exigir a regularização antes de pagar.
O SEGURADO VIAJOU PARA A ARGENTINA E BATEU OU FOI ROUBADO
A grande maioria das apólices só vale no território nacional. Quem viaja para o exterior precisa se garantir, pois os sinistros que ocorrem depois da fronteira só estão cobertos se isso constar na apólice. Caso contrário, o segurado não tem direito à indenização. Além disso, poucos sabem que levar o carro para fora do Brasil tem mais uma exigência: o motorista precisa contratar um seguro obrigatório quando viaja para os países do Mercosul.
UM MANOBRISTA BATEU O CARRO 
Por lei, as empresas que atuam com manobristas em São Paulo precisam ter um seguro, que deve ser acionado em caso de roubo ou acidente (e elas são obrigadas a pagar a franquia). O problema é que há várias empresas que atuam na informalidade e não têm seguro. Nesses casos, o segurado tem de fazer um boletim de ocorrência e acionar sua seguradora, que vai então cobrar da empresa responsável pelo manobrista. Mas a seguradora vai ressarci-lo. O mesmo também vale para o motorista que deixou o carro na mão de um flanelinha, que costuma manobrar o carro na rua.
UM AMIGO OU A NAMORADA LEVOU O CARRO EMPRESTADO E HOUVE UM ACIDENTE
Emprestar o carro para alguém pode virar dor de cabeça. Se o amigo for maior de 18 anos, tiver habilitação válida, não estiver embriagado e usar o carro eventualmente, a seguradora pagará. Se algum desses quatro pré-requisitos não for cumprido, ela pode se recusar. Idade, habilitação e embriaguez são fatos concretos, mas a noção de eventual é um pouco mais nebulosa. Se a namorada usa seu carro uma vez por semana – no dia do rodízio de veículos, por exemplo –, isso configura uso habitual. Para ter direito à indenização, é preciso incluí-la como motorista e pagar mais por isso.
O SEGURADO RESOLVEU ASSUMIR A CULPA NO LUGAR DE OUTRO MOTORISTA QUE NÃO TEM SEGURO
Um motorista sem seguro arrebenta o carro de outro que tem. O segurado assume a culpa pelos dois acidentes, mas o outro paga a franquia. Parece um acordo bom para os dois lados, só que isso é fraude. Para evitá-la, as seguradoras podem se servir de um vasto arsenal tecnológico. “Elas podem reconstituir os acidentes e verificar se há divergências com o que o segurado informou”, diz José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do Cesvi, um centro de pesquisas de reparos de automóveis. As seguradoras estimam que pelo menos 20% das indenizações pagas têm uma ou outra irregularidade. Para reduzir esse percentual, a tendência das seguradores é serem cada vez mais rigorosas com esses casos.

UM AMIGO OU A NAMORADA LEVOU O CARRO EMPRESTADO E HOUVE UM ACIDENTE

O CARRO É USADO NO INTERIOR, MAS FOI ROUBADO NA CAPITAL
Quem mora no interior do estado de São Paulo tem sorte. Como lá o índice de roubos é menor, o seguro é mais barato. Essa diferença pode levar o segurado a cair na tentação de informar que o endereço de pernoite do carro é o do sítio do fim de semana, não a residência na cidade. Isso é fraude e a seguradora pode não pagar a indenização. “Diferenças de informação desse tipo são a maior causa de discussão entre seguradoras e segurados”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da corretora americana Marsh. “Elas provocam questionamentos e processos internos na seguradora, o que atrasa o processo.” Porém, se o segurado estava somente em viagem à capital, nesse caso o sinistro é pago sem problemas.
O SEGURADO MUDOU DE ENDEREÇO, MAS NÃO AVISOU A SEGURADORA
Isso pode ocorrer quando o motorista renova automaticamente sua apólice e só informa a seguradora depois que o sinistro ocorreu. Na maioria das vezes, não existe má-fé, mas mesmo assim a seguradora pode se recusar a pagar a indenização. “É preciso informar sempre se o endereço em que o carro pernoita mudou, para evitar problemas na hora de pagar a indenização,” diz Osvaldo Nascimento, executivo responsável pela área de seguros do Itaú.
EMBRIAGADO, O SEGURADO BATE O CARRO
Aqui existe uma sutileza legal: para que a seguradora possa alegar embriaguez e não pagar a indenização, é preciso que haja uma prova de que o motorista estava bêbado – em geral, um teste de bafômetro realizado pelo policial. Se o motorista se negar a fazer o teste, o policial pode fazer constar a recusa no boletim de ocorrência e informar que havia aparência de embriaguez, por exemplo. Caso contrário, o não-pagamento da seguradora pode ser contestado judicialmente. Apesar disso, não abuse. Se exagerou no copo, peça ajuda à própria seguradora. Muitas oferecem o chamado “motorista amigo”, que leva para casa o segurado sem condições de dirigir.
O CARRO PASSOU A NOITE FORA DA GARAGEM E FOI ROUBADO
A maioria das seguradoras indeniza o segurado se for possível provar que o carro dormia todos os dias na garagem e passou só uma noite fora. Porém, se ela provar que o carro dormia na rua habitualmente, pode se recusar a pagar. Algumas apólices têm uma cláusula adicional, que diz que a seguradora não é responsável se o carro estiver fora de uma garagem entre a meia-noite e 6 horas da manhã, por exemplo. O motorista deve ler com cuidado as famosas letrinhas miúdas.
O CARRO ESTÁ COM IMPOSTOS OU PARCELAS DO SEGURO ATRASADOS
Se o veículo for roubado antes de o seguro ser quitado, o que falta pagar será descontado da indenização. O mesmo vale para os impostos atrasados e multas nãopagas. Se o segurado não pagou o IPVA ou ainda tem multas pendentes, esse valor também será descontado. No caso de problemas de documentação, a seguradora pode exigir a regularização antes de pagar.
O SEGURADO VIAJOU PARA A ARGENTINA E BATEU OU FOI ROUBADO
A grande maioria das apólices só vale no território nacional. Quem viaja para o exterior precisa se garantir, pois os sinistros que ocorrem depois da fronteira só estão cobertos se isso constar na apólice. Caso contrário, o segurado não tem direito à indenização. Além disso, poucos sabem que levar o carro para fora do Brasil tem mais uma exigência: o motorista precisa contratar um seguro obrigatório quando viaja para os países do Mercosul.
UM MANOBRISTA BATEU O CARRO 
Por lei, as empresas que atuam com manobristas em São Paulo precisam ter um seguro, que deve ser acionado em caso de roubo ou acidente (e elas são obrigadas a pagar a franquia). O problema é que há várias empresas que atuam na informalidade e não têm seguro. Nesses casos, o segurado tem de fazer um boletim de ocorrência e acionar sua seguradora, que vai então cobrar da empresa responsável pelo manobrista. Mas a seguradora vai ressarci-lo. O mesmo também vale para o motorista que deixou o carro na mão de um flanelinha, que costuma manobrar o carro na rua.
UM AMIGO OU A NAMORADA LEVOU O CARRO EMPRESTADO E HOUVE UM ACIDENTE
Emprestar o carro para alguém pode virar dor de cabeça. Se o amigo for maior de 18 anos, tiver habilitação válida, não estiver embriagado e usar o carro eventualmente, a seguradora pagará. Se algum desses quatro pré-requisitos não for cumprido, ela pode se recusar. Idade, habilitação e embriaguez são fatos concretos, mas a noção de eventual é um pouco mais nebulosa. Se a namorada usa seu carro uma vez por semana – no dia do rodízio de veículos, por exemplo –, isso configura uso habitual. Para ter direito à indenização, é preciso incluí-la como motorista e pagar mais por isso.
O SEGURADO RESOLVEU ASSUMIR A CULPA NO LUGAR DE OUTRO MOTORISTA QUE NÃO TEM SEGURO
Um motorista sem seguro arrebenta o carro de outro que tem. O segurado assume a culpa pelos dois acidentes, mas o outro paga a franquia. Parece um acordo bom para os dois lados, só que isso é fraude. Para evitá-la, as seguradoras podem se servir de um vasto arsenal tecnológico. “Elas podem reconstituir os acidentes e verificar se há divergências com o que o segurado informou”, diz José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do Cesvi, um centro de pesquisas de reparos de automóveis. As seguradoras estimam que pelo menos 20% das indenizações pagas têm uma ou outra irregularidade. Para reduzir esse percentual, a tendência das seguradores é serem cada vez mais rigorosas com esses casos.

UM MANOBRISTA BATEU O CARRO

O CARRO É USADO NO INTERIOR, MAS FOI ROUBADO NA CAPITAL
Quem mora no interior do estado de São Paulo tem sorte. Como lá o índice de roubos é menor, o seguro é mais barato. Essa diferença pode levar o segurado a cair na tentação de informar que o endereço de pernoite do carro é o do sítio do fim de semana, não a residência na cidade. Isso é fraude e a seguradora pode não pagar a indenização. “Diferenças de informação desse tipo são a maior causa de discussão entre seguradoras e segurados”, diz Marcelo Prieto, especialista em seguros automotivos da corretora americana Marsh. “Elas provocam questionamentos e processos internos na seguradora, o que atrasa o processo.” Porém, se o segurado estava somente em viagem à capital, nesse caso o sinistro é pago sem problemas.
O SEGURADO MUDOU DE ENDEREÇO, MAS NÃO AVISOU A SEGURADORA
Isso pode ocorrer quando o motorista renova automaticamente sua apólice e só informa a seguradora depois que o sinistro ocorreu. Na maioria das vezes, não existe má-fé, mas mesmo assim a seguradora pode se recusar a pagar a indenização. “É preciso informar sempre se o endereço em que o carro pernoita mudou, para evitar problemas na hora de pagar a indenização,” diz Osvaldo Nascimento, executivo responsável pela área de seguros do Itaú.
EMBRIAGADO, O SEGURADO BATE O CARRO
Aqui existe uma sutileza legal: para que a seguradora possa alegar embriaguez e não pagar a indenização, é preciso que haja uma prova de que o motorista estava bêbado – em geral, um teste de bafômetro realizado pelo policial. Se o motorista se negar a fazer o teste, o policial pode fazer constar a recusa no boletim de ocorrência e informar que havia aparência de embriaguez, por exemplo. Caso contrário, o não-pagamento da seguradora pode ser contestado judicialmente. Apesar disso, não abuse. Se exagerou no copo, peça ajuda à própria seguradora. Muitas oferecem o chamado “motorista amigo”, que leva para casa o segurado sem condições de dirigir.
O CARRO PASSOU A NOITE FORA DA GARAGEM E FOI ROUBADO
A maioria das seguradoras indeniza o segurado se for possível provar que o carro dormia todos os dias na garagem e passou só uma noite fora. Porém, se ela provar que o carro dormia na rua habitualmente, pode se recusar a pagar. Algumas apólices têm uma cláusula adicional, que diz que a seguradora não é responsável se o carro estiver fora de uma garagem entre a meia-noite e 6 horas da manhã, por exemplo. O motorista deve ler com cuidado as famosas letrinhas miúdas.
O CARRO ESTÁ COM IMPOSTOS OU PARCELAS DO SEGURO ATRASADOS
Se o veículo for roubado antes de o seguro ser quitado, o que falta pagar será descontado da indenização. O mesmo vale para os impostos atrasados e multas nãopagas. Se o segurado não pagou o IPVA ou ainda tem multas pendentes, esse valor também será descontado. No caso de problemas de documentação, a seguradora pode exigir a regularização antes de pagar.
O SEGURADO VIAJOU PARA A ARGENTINA E BATEU OU FOI ROUBADO
A grande maioria das apólices só vale no território nacional. Quem viaja para o exterior precisa se garantir, pois os sinistros que ocorrem depois da fronteira só estão cobertos se isso constar na apólice. Caso contrário, o segurado não tem direito à indenização. Além disso, poucos sabem que levar o carro para fora do Brasil tem mais uma exigência: o motorista precisa contratar um seguro obrigatório quando viaja para os países do Mercosul.
UM MANOBRISTA BATEU O CARRO 
Por lei, as empresas que atuam com manobristas em São Paulo precisam ter um seguro, que deve ser acionado em caso de roubo ou acidente (e elas são obrigadas a pagar a franquia). O problema é que há várias empresas que atuam na informalidade e não têm seguro. Nesses casos, o segurado tem de fazer um boletim de ocorrência e acionar sua seguradora, que vai então cobrar da empresa responsável pelo manobrista. Mas a seguradora vai ressarci-lo. O mesmo também vale para o motorista que deixou o carro na mão de um flanelinha, que costuma manobrar o carro na rua.
UM AMIGO OU A NAMORADA LEVOU O CARRO EMPRESTADO E HOUVE UM ACIDENTE
Emprestar o carro para alguém pode virar dor de cabeça. Se o amigo for maior de 18 anos, tiver habilitação válida, não estiver embriagado e usar o carro eventualmente, a seguradora pagará. Se algum desses quatro pré-requisitos não for cumprido, ela pode se recusar. Idade, habilitação e embriaguez são fatos concretos, mas a noção de eventual é um pouco mais nebulosa. Se a namorada usa seu carro uma vez por semana – no dia do rodízio de veículos, por exemplo –, isso configura uso habitual. Para ter direito à indenização, é preciso incluí-la como motorista e pagar mais por isso.
O SEGURADO RESOLVEU ASSUMIR A CULPA NO LUGAR DE OUTRO MOTORISTA QUE NÃO TEM SEGURO
Um motorista sem seguro arrebenta o carro de outro que tem. O segurado assume a culpa pelos dois acidentes, mas o outro paga a franquia. Parece um acordo bom para os dois lados, só que isso é fraude. Para evitá-la, as seguradoras podem se servir de um vasto arsenal tecnológico. “Elas podem reconstituir os acidentes e verificar se há divergências com o que o segurado informou”, diz José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do Cesvi, um centro de pesquisas de reparos de automóveis. As seguradoras estimam que pelo menos 20% das indenizações pagas têm uma ou outra irregularidade. Para reduzir esse percentual, a tendência das seguradores é serem cada vez mais rigorosas com esses casos.